Caderina-P: Valor Prognóstico na Recidiva Loco-regional do Cancro da Mama
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.28Resumo
Introdução: O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente e a principal causa de morte nas mulheres em Portugal. Devido à sua relação com a metastização à distância e morte subsequente, a recidiva loco-regional é uma das maiores preocupações no segui- mento destas doentes. São conhecidos diversos factores clássicos de prognóstico para recidiva local, tais como o tamanho do tumor, o estádio tumoral, grau histológico, positividade HER2 e a expressão de receptores hormonais. Contudo, existe heterogeneidade no prognóstico e no comportamento do tumor em doentes com estadiamento semelhante e com a mesma expressão de marcadores mo- leculares de prognóstico. Daí advém a necessidade de descobrir novos factores prognósticos. Uma das possibilidades é a P-caderina, previamente descrita como um possível marcador independente de prognóstico no cancro da mama. O objective deste trabalho foi estudar a correlação da expressão de P-caderina com a recorrência loco-regional do cancro da mama.
Material e métodos: Analisámos os registos clínicos de 1432 doentes consecutivos com cancro da mama e tratados na nossa insti- tuição durante um período de 10 anos. Os doentes com recorrência loco-regional (n=101) sem evidência ou história de metastização à distância foram selecionados como casos. O grupo de controlo consistiu em doentes com mais de 10 anos de seguimento, sem progressão da doença oncológica. Em ambos os grupos foram analisadas variáveis demográficas, clínicas, patológicas e molecula- res. Para estudo da expressão da P-caderina, foram construídos Tissue Micro-Arrays a partir de 86 tumores com blocos de parafina disponíveis.
Resultados: O tempo médio livre de doença foi de 41 meses e a sobrevida media após a recorrência foi de 33 meses. A taxa de sobre- vivência aos 5 anos foi de 55%. O tamanho do tumor, estadiamento ganglionar e grau histológico foram identificados como marcadores independentes de prognóstico. A P-caderina associou-se com graus histológicos mais altos e tumores sem expressão de receptores hormonais. A P-caderina foi identificada como uma marcador independente de prognóstico para a recidiva livre de doença, mas não para a sobrevivência global.
Conclusão: A P-caderina surgiu associada a outros factores já conhecidos de pior prognóstico e a uma relação independente com a sobrevivência livre de doença. A P-caderina pode vir a constituir um alvo terapêutic a explorar, mas o seu real valor biológico ainda não está determinado. Subsiste a dúvida sobre se a P-caderina é um marcador independente de prognósico ou apenas um marcador de um conjunto de características clínico-patológicas relacionadas com pior prognóstico.
Downloads
Downloads
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons