Leishmaniose Visceral em Doente Imunocompetente: Relato de um Caso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.19010

Palavras-chave:

Anfotericina B/uso terapêutico, Imunocompetência, Leishmania infantum, Leishmaniose Visceral

Resumo

A leishmaniose é uma doença parasitária transmitida através da picada de flebotomíneos fêmea e que ocorre em regiões de clima tropical e subtropical. A leishmaniose visceral é a forma mais grave da doença, com uma mortalidade de 95% aos dois anos de infeção, quando não tratada. A leishmaniose visceral associa-se frequentemente a estados de imunossupressão, sendo a coinfeção com o vírus da imunodeficiência humana o mais prevalente. A maioria dos casos de leishmaniose visceral é causada pelas espécies Leishmania donovani e Leishmania infantum, sendo esta última a espécie endémica na bacia do Mediterrâneo. Em Portugal, o número de casos reportados de leishmaniose visceral tem vindo a diminuir nos últimos anos, sendo que entre 2017 e 2021 foram reportados 15 casos. Os autores apresentam um caso de leishmaniose visceral numa doente imunocompetente, que manifestou a pêntade clássica: febre, perda ponderal, hepatoesplenomegalia, pancitopenia e hipergamaglobulinemia. O diagnóstico foi feito pela observação de amastigotas da espécie Leishmania infantum no exame anatomopatológico da medula óssea e a doente foi tratada com sucesso com anfotericina B lipossómica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Burza S, Croft SL, Boelaert M. Leishmaniasis. Lancet. 2018;392:951-70. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31204-2

World Health Organization. Leishmaniasis. 2022. [consultado 2022 dez 3]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs375/en/.

Haque L, Villanueva M, Russo A, Yuan Y, Lee EJ, Topal J, et al. A rare case of visceral leishmaniasis in an immunocompetent traveler returning to the United States from Europe. PLoS Negl Trop Dis. 2018;12:e0006727. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006727

Campino L, Maia C. Epidemiologia das leishmanioses em Portugal. Acta Med Port. 2010;23:859-64.

World Health Organization. Leishmaniasis. Global Health Observatory data repository (GHRD). 2023. [consultado 2023 mar 16]. Disponível em: https://apps.who.int/gho/data/node.main.NTDLEISH?lang=en.

Cortes S, Afonso M, Alves-Pires C, Campino L. Straydogs and leishmaniasis in urban areas, Portugal. Emerg Infect Dis. 2007;13:1431-2. DOI: https://doi.org/10.3201/eid1309.070101

Curtin JM, Aronson NE. Leishmaniasis in the United States: emerging issues in a region of low endemicity. Microorganisms. 2021;9:578. DOI: https://doi.org/10.3390/microorganisms9030578

Aronson N, Herwaldt BL, Libman M, Pearson R, Lopez-Velez R, Weina P, et al. Diagnosis and treatment of leishmaniasis: clinical practice guidelines by the Infectious Diseases Society of America (IDSA) and the American Society of Tropical Medicine and Hygiene (ASTMH). Am J Trop Med Hyg. 2017;96:24-45. DOI: https://doi.org/10.4269/ajtmh.16-84256

Burza S, Sinha PK, Mahajan R, Lima MA, Mitra G, Verma N, et al. Risk factors for visceral leishmaniasis relapse in immunocompetent patients following treatment with 20 mg/kg liposomal amphotericin B (Ambisome) in Bihar, India. PLoS Negl Trop Dis. 2014;8:e2536. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0002536

Malvolti S, Malhame M, Mantel CF, Le Rutte EA, Kaye PM. Human leishmaniasis vaccines: use cases, target population and potential global demand. PLoS Negl Trop Dis. 2021;15:e0009742. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0009742

Abdellahi L, Iraji F, Mahmoudabadi A, Hejazi SH. Vaccination in leishmaniasis: a review article. Iran Biomed J. 2022;26:1-35.

Downloads

Publicado

2023-06-23

Como Citar

1.
Rodrigues Monteiro M, Serra JT, Gomes F, Tinoco J. Leishmaniose Visceral em Doente Imunocompetente: Relato de um Caso. Acta Med Port [Internet]. 23 de Junho de 2023 [citado 20 de Maio de 2024];36(12):835-40. Disponível em: https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/19010

Edição

Secção

Caso Clínico