Qualidade de Sono dos Anestesiologistas Portugueses: Um Estudo Transversal

Autores

  • Francisco Valente Serviço de Anestesiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.
  • Catarina Batista Serviço de Anestesiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.
  • Vânia Simões Serviço de Anestesiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.
  • Inês Tomé Serviço de Anestesiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.
  • Alexandre Carrilho Serviço de Anestesiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.11468

Palavras-chave:

Anestesia, Anestesiologistas, Distúrbios do Sono por Sonolência Excessiva, Portugal, Privação do Sono, Sono, Transtornos do Sono-Vigília

Resumo

Introdução: O sono é essencial para executar tarefas, manter o estado de alerta, executar tarefas, entre outras funções. Diversos estudos na área médica relacionam a privação de sono com a redução da capacidade de resposta, cognição e nível de atenção. Os objetivos deste estudo foram a caracterização do padrão de sono dos anestesiologistas Portugueses e identificação de fatores de risco independentes para pior qualidade de sono.
Material e Métodos: Efetuámos um estudo observacional e transversal em anestesiologistas e internos de formação específica em Anestesiologia a trabalhar em Portugal. Foram excluídos profissionais que trabalham exclusivamente em unidades de cuidados intensivos, serviços de urgência ou com patologias do sono previamente diagnosticadas. Foram colhidos dados sócio-demográficos e aplicadas as escalas de Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), Epworth Sleepiness Scale (ESS) e Perceived Stress Scale (PSS). A significância estatística foi analisada recorrendo aos testes de Mann-Whitney e qui-quadrado. A associação entre o Pittsburgh Sleep
Quality Index e demais variáveis foi testada através de uma regressão logística.
Resultados: Dos 256 casos admitidos, 46,1% apresentaram “má” qualidade de sono (Pittsburgh Sleep Quality Index > 5). Nestes, 77,1% dormiram menos de 7 horas por noite (p < 0,001). A sonolência diurna excessiva (Epworth Sleepiness Scale > 10) surgiu em 41,0% da amostra e a mediana da Perceived Stress Scale foi 17,0. Os fatores de risco independentes para “má” qualidade de sono foram: número de horas de trabalho semanais (OR 1,03, IC 95% 1,01 a 1,06), stress percecionado (OR 1,18, IC 95% 1,11 a 1,26), toma de medicamentos para dormir (OR 14,72, IC 95% 5,55 a 39,08) e número de horas dormidas por noite (OR 0,25, IC 95% 0,15 a 0,42).
Discussão: A nossa amostra de anestesiologistas Portugueses apresentou pior qualidade de sono, com sonolência diurna excessiva, stress percecionado e uso de sedativos superiores a outras populações previamente estudadas.
Conclusão: O presente estudo caracteriza o padrão de sono e identifica potenciais factores de risco relacionados com distúrbios do sono, numa amostra de Anestesiologistas Portugueses. Políticas de saúde governamentais e institucionais poderão ser orientadas para a promoção da higiene do sono, levando a ambientes de trabalho mais saudáveis.

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Publicado

2019-10-01

Como Citar

1.
Valente F, Batista C, Simões V, Tomé I, Carrilho A. Qualidade de Sono dos Anestesiologistas Portugueses: Um Estudo Transversal. Acta Med Port [Internet]. 1 de Outubro de 2019 [citado 21 de Maio de 2024];32(10):641-6. Disponível em: https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/11468

Edição

Secção

Original