O metilfenidato (MTF) é um psicoestimulante amplamente utilizado no tratamento da perturbação de défice de atenção e hiperatividade (PDAH). Embora os efeitos adversos mais comuns sejam ligeiros e transitórios, a hepatotoxicidade é uma complicação rara, mas potencialmente grave. Apresenta-se o caso de uma adolescente de 12 anos com PDAH, medicada com MTF desde os 8 anos. As análises após três anos e meio do início do tratamento detetaram uma elevação significativa das transaminases e gama-glutamil transferase. A investigação excluiu outras causas de doença hepática e a biópsia hepática revelou alterações compatíveis com hepatite medicamentosa. A suspensão do MTF levou à normalização progressiva das enzimas hepáticas. Este caso reforça a necessidade da vigilância laboratorial durante a terapêutica prolongada com psicoestimulantes, particularmente da função hepática. A identificação precoce de alterações analíticas permite a suspensão atempada do fármaco e a reversão do quadro clínico, prevenindo complicações mais graves, como a insuficiência hepática.

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