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Revista Científica da Ordem dos Médicos
A sarcopenia pediátrica é um problema de saúde emergente que afeta o desenvolvimento muscular, a força e o bem-estar geral em crianças e adolescentes. Embora inicialmente associada ao envelhecimento, estudos recentes destacam a sua presença em populações mais jovens, especialmente entre aqueles com doença crónica. Esta condição afeta o crescimento e o neurodesenvolvimento a curto prazo, estando associada a um maior risco de complicações a longo prazo, nomeadamente doenças metabólicas e cardiovasculares. Diversos fatores contribuem para a sarcopenia pediátrica, incluindo uma nutrição pré-natal inadequada, baixo peso ao nascimento, suscetibilidade genética, ingestão insuficiente de proteínas na dieta, estilo de vida sedentário, obesidade, desequilíbrios metabólicos e doenças crónicas. A redução da massa muscular compromete a saúde óssea, atrasa o pico de crescimento e afeta o desempenho físico, o que pode levar a uma redução da qualidade de vida. Em crianças com doenças crónicas, a sarcopenia agrava o prognóstico, prolongando o internamento hospitalar e aumentando a probabilidade de complicações. O diagnóstico da sarcopenia em crianças continua a ser complexo devido aos padrões de crescimento variáveis. Os métodos de avaliação disponíveis, como as técnicas de imagem e a análise da composição corporal, carecem de valores de referência padronizados adaptados às populações pediátricas, o que dificulta a deteção precoce. As estratégias preventivas enfatizam a atividade física, especialmente os exercícios de resistência (fortalecimento muscular), juntamente com a redução do tempo de ecrã, a melhoria dos hábitos alimentares e a higiene de sono. Tratamentos inovadores estão a ser desenvolvidos, incluindo medicação dirigida ao músculo para minimizar os efeitos secundários, abordagens regenerativas utilizando nanopartículas e inibidores de miostatina para estimular o crescimento muscular. O uso da terapia com células estaminais e com biomateriais para reconstrução muscular também está a ser estudado, mas as normas de orientação clínica específicas para pediatria ainda não estão definidas. A intervenção precoce é crucial para mitigar os seus efeitos adversos e promover trajetórias de desenvolvimento mais saudáveis.
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